Ao longo destes dias, muitos que leem este post acompanharam uma saga, uma aventura. Viajei pela Estrada Real ao longo de 10 dias, foram aproximadamente 2000km de estradas de terras, em média 10 horas e 200km por dia. O total da Estrada Real é de 1600km. Foram percorridos partes dos caminhos em sentido de ida e volta e alguns caminhos que não eram o caminho oficial.
Não consegui concluir o percurso todo, faltou tempo, faltou conhecimento. No final entre São João Del Rei e Parati, deixei para trilhar num outro momento. Alguns trechos não achei e pulei, A Estrada tem marcos ao longo de todo o percurso, dificilmente falham, mas falham. São de 2007, alguns foram arrancados por obras, outros sumiram na vegetação, e de moto passa-se muito rapidamente. Somem. Eles ficam principalmente nos cruzamentos e tem uma lógica que levei dois dias para entender.
No começo senti muito a ignorância das pessoas, mas seguindo percebi que era regional. Em Itaipava, a pessoa do atendimento do Centro de Informações Turísticas não conhecia. As pessoas pisam sobre ela mas não a conhecem, tropeçam em seus marcos mas nunca os veem... Mas era só impressão, mais para a frente comecei a encontrar pessoas mais orientadas, umas revoltadas outras bêbadas. E com isso fui seguindo.
Muitas minas, Pouco royalty. Muita pobreza. Deu a impressão que o patrimônio natural mineral esta sendo corrompido e entregue a uma velocidade assustadora. Alarmante. Feio. Pobre. Podre. Lugares muito bonitos mas nem todos, muitas cidades pobres, muita gente simples, mas todos me ajudaram e se senti receio foi puro preconceito.
Fiz tudo de impeto, improviso. Fui só. Levei um GPS, mas não ajudou, me perdi muito. Perdi o GPS. Conheci lugares, pessoas, vi coisas, senti prazer, senti medo, frio, calor e cansaço. Fotografei todo o percurso, um clique a cada 5 segundos.. De tudo cheguei a conclusão:
Preciso fazer tudo de novo.
Obrigado.